O Ibama anunciou restrições significativas no uso de agrotóxicos à base de tiametoxam em culturas agrícolas no Brasil, após uma reavaliação ambiental que considerou seu impacto nas abelhas e outros insetos polinizadores. A decisão, publicada no Diário Oficial, proíbe a aplicação do inseticida por tratores ou aviões agrícolas, restringindo-a apenas a métodos dirigidos ao solo ou às plantas, devido à falta de dados que eliminem os riscos ambientais associados ao seu uso.
Essas medidas resultam na proibição do tiametoxam em 10 culturas, incluindo batata, berinjela, cebola e eucalipto, enquanto em outras 25 culturas, como cevada, milho, soja e trigo, seu uso será permitido com restrições, geralmente aplicado no tratamento de sementes ou diretamente no solo.
Os rótulos e bulas dos produtos contendo tiametoxam devem incluir avisos de toxicidade para abelhas e as novas restrições de aplicação. Produtos adquiridos antes da medida podem ser usados até o esgotamento ou fim do prazo de validade. Os fabricantes têm 180 dias para ajustar seus rótulos e bulas, sob pena de crime ambiental.
O tiametoxam, um neonicotinoide, afeta o sistema nervoso central das abelhas, interferindo em sua capacidade de retornar às colmeias e impactando seu sistema digestivo, reprodutivo e imunológico, levando à morte em muitos casos. A substância, amplamente utilizada desde a década de 1990 em culturas brasileiras, vem sendo restrita ou proibida em outros países devido a seus efeitos nocivos.
A reavaliação ambiental conduzida pelo Ibama utilizou a Avaliação de Risco Ambiental para polinizadores, considerando estudos científicos, posições de outros países e contribuições do setor privado, academia e sociedade. Essa metodologia visa proteger os insetos polinizadores e garantir seus serviços ecossistêmicos. Essa medida segue a restrição anterior do fipronil, outra substância prejudicial às abelhas, cuja pulverização foliar em área total foi vetada no Brasil.
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