O PL, partido que abrigou Jair Bolsonaro, tenta manter Flávio como candidato natural, mas enfrenta resistência interna e externa. O MDB, por sua vez, vê no senador uma chance de se reposicionar como força conservadora e ampliar espaço no eleitorado de direita. Essa disputa revela não apenas a fragilidade da extrema-direita sem seu líder original, mas também a voracidade dos partidos em transformar a sucessão em moeda de troca. Flávio, que visitou o pai na prisão da Polícia Federal em Brasília, carrega o peso de ser o escolhido, mas também o fardo de ser visto como produto político em leilão.
Enquanto isso, a Câmara dos Deputados segue atolada em escândalos. Hugo Motta, presidente da Casa, mostrou sua parcialidade ao autorizar o uso de força bruta contra Glauber Braga, mas se manteve omisso quando deputados da direita ocuparam a mesa diretora por dois dias sem qualquer repressão. Essa postura seletiva expõe a cumplicidade institucional com o bolsonarismo e reforça a percepção de que o Legislativo atua como escudo para a extrema-direita, ao mesmo tempo em que reprime opositores. Motta, ao agir com violência contra um parlamentar de esquerda, deixou claro que sua régua não mede todos da mesma forma.
O Brasil assiste, perplexo, a uma cena que mistura oportunismo partidário e perseguição política. MDB e PL se engalfinham pelo herdeiro do bolsonarismo, enquanto Hugo Motta transforma a Câmara em palco de arbitrariedades. A sucessão de Jair Bolsonaro virou espetáculo grotesco, partidos brigam por Flávio como se fosse um troféu, e o presidente da Casa escolhe quem pode ou não protestar. A democracia, já fragilizada, é novamente usada como moeda barata em um jogo de poder que só aumenta a descrença popular

Postar um comentário