Segundo o comunicado, a ação ‘’atingiu comunidades habitadas majoritariamente por pessoas negras e de baixa renda’’ e teria sido marcada por graves violações. Os especialistas relatam denúncias de que alguns corpos foram encontrados com as mãos amarradas e marcas de tiros na nuca, além de relatos de invasões de domicílio sem mandado judicial, prisões arbitrárias e o uso de helicópteros e drones para efetuar disparos.
“A escala da violência, a natureza dos assassinatos relatados e as consequências para as comunidades pobres afrodescendentes que vivem em áreas periféricas urbanas expõem um padrão profundamente arraigado de policiamento racializado”, destaca o texto.
Na manifestação, os especialistas da ONU pedem que as autoridades brasileiras conduzam uma investigação independente e rápida, com o objetivo de: ‘’garantir responsabilização pelos fatos, interromper violações de direitos humanos e assegurar proteção a testemunhas, familiares das vítimas e defensores de direitos humanos’’.
“Estamos particularmente preocupados com as represálias contra as famílias e testemunhas. As autoridades devem garantir sua vida, segurança e integridade pessoal, e impedir qualquer forma de intimidação, assédio ou criminalização”, afirmam os especialistas. “É responsabilidade das autoridades preservar o local para posterior exame forense.”
O órgão também recorda que episódios de violência policial no Brasil já foram alvo de atenção e alerta por parte de entidades internacionais.
“Este trágico acontecimento ressalta a necessidade urgente de o Brasil rever suas políticas de segurança, que continuam a perpetuar um modelo de violência policial brutal e racializada. As autoridades brasileiras devem romper com o legado de impunidade que caracterizou eventos semelhantes no passado”, alertam.

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