O julgamento de Carla Zambelli teve início na sexta-feira (21) no STF. A pena proposta pelo relator, Gilmar Mendes, é de 5 anos e 3 meses de reclusão, além do pagamento de uma multa superior a R$ 600 mil, considerando os valores atualizados. O ministro também defendeu a perda do mandato da deputada. Até o momento, os votos dos ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino acompanharam integralmente o relator.
Para que a condenação seja confirmada, mais dois ministros precisam aderir ao voto do relator. No Plenário Virtual, onde o caso está sendo analisado, os votos são registrados eletronicamente sem discussão direta entre os magistrados. O prazo para a conclusão da votação se encerra na sexta-feira (28).
Relembre o caso
O episódio que levou à ação penal ocorreu em 29 de outubro de 2022, um dia antes do segundo turno das eleições presidenciais. Na ocasião, Carla Zambelli sacou uma arma de fogo e perseguiu um homem pelas ruas de São Paulo após um desentendimento verbal. As imagens do ocorrido, amplamente divulgadas nas redes sociais, mostram a deputada apontando a arma e exigindo que o homem se ajoelhasse. O caso gerou ampla repercussão e questionamentos sobre a conduta da parlamentar.
A defesa de Zambelli argumenta que a deputada agiu em legítima defesa, alegando que foi agredida fisicamente antes de reagir. No entanto, as investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público indicaram que não houve ameaça iminente que justificasse o uso da arma. Ademais, a legislação brasileira proíbe o porte de arma para parlamentares fora das dependências do Congresso Nacional, reforçando a acusação de porte ilegal de armamento.
O caso se tornou um marco político, pois ocorreu em um contexto de grande polarização no país, com tensões elevadas entre apoiadores e opositores do então presidente Jair Bolsonaro. A decisão do STF pode ter repercussões significativas, tanto para o futuro político de Carla Zambelli quanto para o debate sobre o uso de armas por figuras públicas no Brasil. A condenação também serviria de precedente para casos similares envolvendo autoridades e o uso indevido de armamento.
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