A dupla foi condenada pelo crime de duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e dificuldade em garantir a defesa da vítima), além da tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, a única sobrevivente.
Este foi o resultado da condenação:
- Ronnie Lessa - 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão;
- Élcio de Queiroz - 59 anos, 8 meses e 10 dias de prisão;
Além da pena que irão cumprir, Lessa e Queiroz terão que pagar:
- Uma pensão ao filho do motorista Anderson Gomes até que ele complete 24 anos;
- R$ 706 mil de indenização por dano moral para cada uma das vítimas: Arthur, filho de Anderson; Ágatha Arnaus, viúva de Anderson; Luyara Franco, filha de Marielle; Mônica Benício, viúva de Marielle; e Marinete Silva, mãe de Marielle.
Ao final do julgamento, no ato da leitura da sentença, a juíza Lucia Glioche disse:
“A Justiça por vezes é lenta, cega, burra, injusta e torta. Mas ela chega. Mesmo para aqueles, como os acusados, que acham que jamais vão ser atingidos pela justiça. Mas ela chega aos culpados e tira deles o bem mais importante após a vida: a liberdade”
Relembre o caso
Em 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram apontados como responsáveis pelo crime após Lessa convidar Queiroz para participar. Eles seguiram o carro de Marielle e dispararam 13 vezes contra o veículo, acertando quatro tiros na cabeça da vereadora e três em Anderson. Uma assessora que estava com eles sofreu ferimentos leves causados pelos estilhaços.
A investigação, que levou à prisão de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz em março de 2019, revelou que o crime estava ligado a disputas de poder envolvendo milícias no Rio de Janeiro. A motivação teria relação com interesses políticos e o controle de territórios dominados por grupos milicianos, expondo a influência desses grupos na cidade.
Com o avanço do caso, novas condenações foram realizadas. Em julho de 2021, Ronnie Lessa e outros suspeitos foram condenados por destruir provas ligadas ao assassinato. Mais tarde, em agosto de 2022, o Supremo Tribunal Federal decidiu que Lessa enfrentaria um júri popular, mantendo as investigações em curso e intensificando a busca por justiça.
Uma parte da investigação foi federalizada, abrindo novas frentes e identificando mais suspeitos.
Em março de 2024, três novos acusados foram presos como possíveis mandantes do crime: Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa, suspeitos de participação no planejamento e na motivação do assassinato.
Embora esses acusados neguem envolvimento, Ronnie Lessa afirmou, em delação premiada, que os executores do crime receberam ofertas financeiras para matar Marielle. Lessa destacou a atuação das milícias nas disputas por terras e poder no Rio de Janeiro.
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