Primeiro dia da VI Conferência de Cultura da Bahia encerra com a presença de mais de mil participantes em Feira de Santana

Entre os destaques estão a cerimônia de abertura com o secretário de cultura da Bahia Bruno Monteiro, a palestra com o secretário executivo do Ministério de Cultura Márcio Tavares e o show de Mariene de Castro

O primeiro dos três dias da VI Conferência Estadual da Cultura contou com a empolgação dos cerca de 1.200 participantes que, desde a manhã desta quarta, 6, chegaram na Escola de Tempo Integral de Feira de Santana (CETIFS), vindas de todos os territórios de identidade do estado. Os delegados e delegadas responsáveis pelas discussões nas etapas municipais, territoriais e setoriais que, desde agosto, promoveram reflexões e elaboraram propostas para as políticas públicas de cultura do estado, foram recebidos com atrações culturais locais e um almoço servido pela cozinha da escola.

Mainã Oliveira, indígena da etnia Pataxó Hã-hã-hães, residente no município de Itajú do Colônia, a 504 km de Salvador, é uma das participantes da conferência. Para ela, o evento é uma oportunidade ímpar de evidenciar a contribuição dos povos originários para a cultura do estado e do país. “Quando o assunto é cultura, a gente quase não é visto. Eventos como este permitem que nós sejamos ouvidos e vistos. Acredito que temos muitas ideias que serão debatidas durante esses dias”, afirmou a estudante.

O pontapé inicial da conferência, cujo tema é “Cultura e Democracia em construção na Terra da Liberdade”, foi dado às 19h30 com um cortejo de samba de roda conduzido pelo grupo Quixabeira da Matinha, do Quilombo Matinha dos Pretos, que levou o secretário de cultura da Bahia Bruno Monteiro até o palco da cerimônia. Ao lado de Monteiro estavam o secretário executivo do Ministério da Cultura Márcio Tavares, o deputado federal Zé Neto, a deputada estadual Olívia Santana, a presidenta da Funarte Maria Marighella, o presidente do Conselho Estadual de Cultura da Bahia Gilmar Faro e o presidente do Fórum de Dirigentes David Terra.

Monteiro iniciou a sua fala agradecendo a presença de todas as autoridades e pessoas presentes e fazendo uma reflexão sobre o momento especial que a VI Conferência Estadual da Cultura representa. “Às vezes quando estamos num determinado momento, não entendemos a sua dimensão para a história e precisamos refletir um pouco para entender o que ele representa. Eu convido vocês para essa reflexão sobre o momento que estamos vivendo agora e o papel da cultura nesse processo de reconstrução. Não é pouca coisa”, instigou. E continuou: “é nesse cenário que nos reunimos depois de 10 anos para um processo de construção coletiva. Essa conferência nos convida a pensar na política cultural de forma ousada, de forma que a cultura ocupe um papel central no fortalecimento da democracia no Brasil e na Bahia”.

Monteiro também falou sobre a importância que a gestão do governador Jerônimo Rodrigues dá para a valorização dos fazeres culturais em todos os lugares da Bahia. “Os editais da Paulo Gustavo Bahia foram pensados para fortalecer essa política de territorialização da cultura. Não podemos ter medo de construir cultura para todas as pessoas. A cultura é do erudito ao paredão. Chega de pensar a cultura de forma elitista. A nossa cultura se manifesta por meio da sabedoria das mães de santo, das comunidades indígenas e quilombolas. As artes estão aqui para mostrar que acolhem e incluem”, falou.

Depois da cerimônia de abertura, o público assistiu à palestra magna do secretário executivo do Ministério da Cultura Márcio Tavares. Em sua fala, Tavares falou sobre a mudança que houve no setor cultural brasileiro de 2016 até 2022, período em que a cultura foi duramente atacada, e também destacou a importância das políticas de territorialização. “O Sistema Nacional de Cultura só vai funcionar de forma representativa com um conjunto de práticas de fomento que cheguem a todo o território brasileiro. Com as leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, agora, podemos fazer isso”, explicou. E emendou: “com a Lei Paulo Gustavo, chegamos a 100% dos estados e 98% dos municípios do Brasil. Aqui na Bahia, chegamos a 100% das cidades”.

Para encerrar o primeiro dia da conferência, às 22h, Mariene de Castro subiu ao palco e fez um show que animou fazedores e fazedoras de cultura de todo o estado cantando os principais sucessos da carreira

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