Mal tinha amanhecido o dia e a
cidade de Curitiba no Paraná já dava sinais de que seria diferente de todos os
outros. Na Praça Olga Benário, local que foi batizado pelos acampados, começava
a mobilização para os primeiros gritos de “bom dia Presidente Lula”. Lideranças
de todo o Brasil passavam por lá e tinham o seu momento ao microfone que fica
em uma pequena barraca improvisada no meio da rua.
Pelas as avenidas vinham uma
multidão seguindo para o local. Do carro de som eram gritadas palavras de ordem
que eram prontamente respondidas pelas pessoas. Nas janelas dos prédios muitas
pessoas aplaudiam e faziam gestos de apoio ao movimento. É certo que apareceram
alguns, poucos, batedores de panelas em janelas, mas recebiam de volta os
gritos alegres de “bate panela, pode betar, quem tira o pobre da miséria é o PT”.
E a marcha seguia alegre.
Do aeroporto vinha o “tromPetista”
Fabiano Leitão direto de Brasília. Ele ficou famoso após tocar o jingle, “"Olê,
olê, olê, olá, Lula, Lula" durante uma transmissão ao vivo do jornal da
globo. Dentro de um carro, pelas ruas e avenidas da cidade ele tocava em
solidariedade ao ex-presidente Lula e era aplaudido por pessoas que passam em
outros carros. Em determinado momento, a motorista que o conduzia ficou
surpresa com a receptividade dos Curitibanos.
Já era meio dia quando uma
multidão começou a caminhar em direção ao local onde aconteceu o Ato
Internacional de Primeiro de Maio. O que demorou em torno de uma hora e meia de
caminhada até a Praça Santos Andrade, onde já tinham milhares de pessoas
esperando o começo das falas de políticos e sindicalistas do Brasil e de mundo.
Mas nem só de discurso viveu o
evento de Primeiro de Maio. Renega e Beth Carvalho fizeram shows intercalando
com falas de representantes da CUT, CTB, CSB, Força Sindical, Intersindical,
Nova Central e UGT. Ao final a Ana Canãs fez uma apresentação maravilhosa.
Iniciou como “o bebo e o equilibrista”, que segundo ela, ouviu do ex-presidente
ser a música que marca a sua história de vida. Também cantou a música "Pesadelo"
do compositor Paulo César Pinheiro. Foi um pedido do Jornalista Chico Pinheiro
que fez um pedido em áudio para que ela gravasse. “Quando o muro separa uma
ponte une / Se a vingança encara o remorso pune / Você vem me agarra, alguém
vem me solta / Você vai na marra, ela um dia volta...” diz parte da letra.
Para terminar o show, Canãs
cantou uma nova canção, feita por ela, e que será lançada ainda este mês. “"Mesmo
que me falte o ar, não me calarei. Mesmo que me tirei o chão, em pé ainda
estarei...".
Todos os discursos, sem exceção,
deixaram claro a importância da defesa da democracia no país e que o povo só
vai sair das ruas quando Lula estiver livre. Sindicalistas comemoravam a ato
unificado por todas as centrais sindicais do Brasil e reconheceram que foi
preciso que sofrêssemos um golpe jurídico político e que o ex-presidente Luís Inácio
Lula da Silva fosse preso sem provas para que todos pudessem perceber que só
unidos é que eles vão conseguir avançar na defesa do povo e da classe
trabalhadora.
Até o final do ato, por volta
das 08:30 minutos, não foi registrado nenhum ato violento na multidão.
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