A situação de Castro é ainda mais delicada porque o julgamento ocorre em meio a uma crise de segurança pública sem precedentes no Rio de Janeiro. Na semana passada, uma megaoperação policial deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, episódio classificado como a ação mais letal da história do país. Embora o caso não esteja diretamente ligado ao processo no TSE, a coincidência de datas reforça a imagem de um governo acuado, incapaz de oferecer respostas consistentes à população e agora ameaçado de perder a legitimidade conquistada nas urnas.
O Ministério Público Eleitoral sustenta que Castro utilizou a máquina pública para garantir apoio político, transformando órgãos estaduais em cabides de emprego e desviando recursos que deveriam atender à população. A acusação é de que milhares de contratações temporárias foram feitas sem transparência, com servidores atuando como cabos eleitorais disfarçados. Esse esquema, revelado por reportagens e confirmado em investigações, é apontado como um dos maiores escândalos recentes da política fluminense, repetindo um padrão histórico de corrupção que já derrubou outros governadores do estado.
Se a maioria dos ministros do TSE acompanhar o voto da relatora, o Rio de Janeiro terá novas eleições e Castro ficará fora da política por quase uma década. Para um governador que tentou se projetar como gestor eficiente e aliado de forças conservadoras, a iminente queda representa não apenas o fim de um mandato, mas a destruição de um projeto de poder construído à base de favores e manipulação da máquina pública. O julgamento, ainda em andamento, já deixou claro que o futuro político de Cláudio Castro está por um fio

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