O encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, realizado em Kuala Lumpur durante a cúpula da Asean, foi marcado por tensão inicial e terminou com sinais claros de avanço nas negociações comerciais. Lula levou à mesa um dossiê detalhado sobre os impactos das tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros, especialmente no setor siderúrgico e agrícola, e defendeu que a medida carece de base técnica. Segundo o chanceler Mauro Vieira, a conversa foi “muito positiva e produtiva”, com a expectativa de que um acordo seja fechado nas próximas semanas, abrindo espaço para a retomada de exportações em larga escala.
O saldo político também foi favorável ao Brasil. Enquanto setores da oposição tentaram minimizar a reunião, associações da indústria e do agronegócio celebraram a possibilidade de alívio no tarifaço, classificando o gesto de Lula como estratégico e necessário para proteger empregos e ampliar a competitividade nacional. Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria, afirmou que a reunião trouxe “otimismo real” para o setor produtivo, que vê no governo brasileiro disposição para enfrentar barreiras externas.
Nos bastidores, chamou atenção a disposição de Trump em visitar o Brasil em breve, sinalizando que a relação entre os dois países pode entrar em uma nova fase. Para Lula, o encontro foi mais do que uma negociação comercial, foi a chance de reafirmar o protagonismo do Brasil no cenário internacional e mostrar que o país não aceita ser tratado como coadjuvante. Ao sair da reunião, o presidente resumiu o espírito do momento em poucas palavras, “foi ótimo, e o Brasil saiu maior do que entrou”

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