Os anos passaram, mas o tempo não apagou os laços de amizade forjados em meio à resistência e à esperança. Ontem, o grupo de amigos que se conheceu em 1978, em plena ditadura militar no Brasil, se reencontrou para celebrar uma história que ultrapassa décadas — uma história de coragem, sonho e transformação em Paulo Afonso, na Bahia.
E conseguiram. Foram às ruas, exigindo o básico — água tratada para todos, pressionando a EMBASA com força e persistência. Denunciaram o descaso da Chesf, que na época não pagava impostos à cidade. Por meio de suas campanhas, conseguiram incluir o pagamento de royalties — um marco que transformou a economia local. O que antes era invisível passou a ser inadiável.
Ao som da banda Ética e de Luanderson com seu forró de seis cordas, as memórias ganharam vida. Foi como voltar a 1985, quando eles promoveram a eleição mais emocionante da história de Paulo Afonso. Chamados com desdém de "os meninos de calças curtas", foram eles que ousaram enfrentar — e vencer — a estrutura política conservadora que dominava a cidade desde a sua fundação.
Entre risos, abraços e muitas fotos, o ex-prefeito Zé Ivaldo assumiu a palavra. Emocionado, lembrou da importância daquele movimento juvenil e da tentativa constante da direita de apagar seus feitos. “Eles pegaram uma cidade que ocupava o 150º lugar na arrecadação entre os 365 municípios baianos e ajudaram a colocá-la, hoje, na 6ª posição no Ranking de Competitividade dos Municípios”, ressaltou.
O que se viu ontem foi mais do que um reencontro. Foi a prova viva de que os ideais da juventude não envelhecem. Eles continuam revolucionários — nas ideias, na esperança, e na vontade de seguir lutando por uma cidade melhor. Porque quando a história é feita com o coração, ela se eterniza.
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