A Aldeia Naô Xohã, situada às margens do Rio Paraopeba, foi severamente impactada pela lama tóxica, prejudicando suas atividades produtivas e práticas religiosas. Os impactos levaram a divisões na aldeia, levando muitos indígenas a buscar novos rumos, inclusive buscando proteção em programas de defensores dos direitos humanos.
Liderados pela cacique Célia Angohó, um grupo de 30 famílias Pataxó Hã-hã-hãe recebeu apoio da comunidade nipo-brasileira para erguer a Aldeia Katurãma em uma área de 36 hectares conhecida como Mata do Japonês, em São Joaquim de Bicas. No entanto, a ocupação não foi sem desafios, pois enfrentaram ameaças de grileiros e tiveram que lidar com incêndios e invasões.
A Associação Mineira de Cultura Nipo-Brasileira (AMCNB) desempenhou um papel fundamental ao doar a área e assumir responsabilidades financeiras relacionadas à transferência legal. Apesar das ameaças dos grileiros, a comunidade indígena conseguiu obter a posse legal da terra, com cláusulas que visam à proteção e cuidado ambiental da região.
As ameaças dos grileiros foram levadas ao conhecimento do Ministério Público Federal (MPF) e da Defensoria Pública da União (DPU), que solicitaram investigações à Polícia Federal. MPF e DPU também emitiram recomendações à Vale para garantir a segurança e integridade física dos Pataxó, incluindo a contratação de equipes de segurança.
Apesar dos desafios enfrentados, a comunidade indígena demonstrou resiliência e determinação em proteger suas terras e cultura, contando com o apoio de organizações e instituições comprometidas com seus direitos e bem-estar.
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