Desigualdade aumentou em 2023, diz relatório do Banco Mundial


O Banco Mundial publicou um relatório em dezembro que revela um aumento significativo na extrema pobreza, com cerca de 700 milhões de pessoas vivendo com menos de US$ 2,15 por dia, um aumento desde 2010. A pandemia de Covid-19 desempenhou um papel crucial nesse retrocesso, resultando em um recuo de três anos no combate à pobreza. Apesar da missão do Banco Mundial de promover o capitalismo como meio de reduzir desigualdades, o relatório aponta para um cenário oposto.

O presidente do Banco Mundial, Ajaypal Singh Banga, recentemente redefiniu o objetivo da instituição, visando criar um mundo sem pobreza em um ambiente ecologicamente saudável. No entanto, o relatório destaca um impasse no combate à pobreza, inclusive nas faixas de renda menos precárias. Países de baixa renda média, como México, África do Sul e Brasil, têm reagido melhor às políticas pós-Covid, continuando a reduzir a pobreza.

A questão da dívida externa também é abordada, indicando que os países mais pobres viram um aumento significativo de US$ 453,5 bilhões em suas dívidas devido aos altos juros decorrentes da crise da Covid. Isso limitou os investimentos em saúde, educação e programas ambientais.

O relatório discute os desastrosos resultados econômicos globais nos últimos 12 meses, incluindo crescimento insuficiente, alta inflação e aumento das taxas de juros, intensificados pela invasão da Ucrânia pela Rússia. As previsões de crescimento econômico foram impactadas negativamente pela pandemia e pelo conflito ucraniano.


Além disso, o relatório destaca preocupações sobre as mudanças climáticas, com emissões de gases de efeito estufa ultrapassando previsões e o aquecimento global em curso. Prevê-se que 216 milhões de pessoas serão forçadas a migrar devido às condições climáticas até 2050.

Quanto à igualdade de gênero, o relatório destaca a persistência das disparidades, com mulheres enfrentando menos direitos e oportunidades no mercado de trabalho em comparação aos homens. Embora haja um reconhecimento global dessas questões, a melhoria é lenta, com um leve aumento no índice de desigualdade de gênero no mercado de trabalho entre 2022 e 2023.

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem