No Dia da Amazônia, organizações emitem alertas sobre a importância da preservação do bioma


A maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, está enfrentando uma série de desafios causados pela ação humana, como o desmatamento, o garimpo ilegal e a grilagem de terras. Neste Dia da Amazônia, em 5 de setembro, diversas organizações estão destacando a urgência da preservação desse bioma, que é a principal floresta tropical do planeta.

Com uma extensão de aproximadamente 421 milhões de hectares, a Amazônia representa um terço das florestas tropicais do mundo. Essa região desempenha um papel crucial em vários processos climáticos, como a evaporação e transpiração da floresta, que contribuem para o equilíbrio do clima e a manutenção dos recursos de água doce. Além disso, abriga mais da metade da biodiversidade global.


Dados do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (Salve), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), mostram que 224 espécies da fauna na Amazônia estão enfrentando algum tipo de ameaça, e pelo menos uma espécie já foi considerada extinta. São 139 espécies classificadas como "vulneráveis", 48 como "em perigo" e 38 como "criticamente em perigo". Entre os animais ameaçados estão o peixe-boi-da-amazônia, o tamanduá-bandeira, a onça-pintada, a ararajuba e a anta, todas classificadas como "vulneráveis". Algumas espécies de peixes, como o Acari, estão em situação "criticamente em perigo".


O coordenador-geral das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab), Toya Manchineri, enfatiza que o Dia da Amazônia é um momento de luta e reflexão. Ele lidera mais de 70 organizações indígenas e observa que, neste ano, não há muito a comemorar devido ao aumento do desmatamento, do garimpo ilegal e das ameaças aos povos indígenas e comunidades tradicionais durante o governo de Jair Bolsonaro. Toya Manchineri destaca a necessidade de uma reflexão sobre como impedir os assassinatos e a perseguição das comunidades que habitam a floresta.

Adriana Ramos, assessora de política e direito socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA), compartilha uma avaliação semelhante. Embora os dados mais recentes indiquem uma redução significativa do desmatamento nos sete primeiros meses do ano, ainda há muito trabalho a ser feito. De acordo com dados do governo federal, houve uma redução de 42% no desmatamento na Amazônia durante esse período. Em julho, a queda foi de 66%, e em agosto a expectativa é que tenha permanecido em um nível semelhante. No entanto, Ramos destaca que há desafios consideráveis que precisam ser enfrentados e que a Amazônia, sendo uma parte significativa do Brasil, merece a devida importância e atenção.

''Digamos que não temos tanto o que comemorar porque há uma série de desafios que precisamos enfrentar e que continuam muito distantes. A Amazônia tem grande parcela do Brasil e o país precisa dar a ela a relevância que tem'', declarou a ambientalista à Agência Brasil.

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem