"Enviarei a nova decisão do TCU para o diretor-geral da Polícia Federal, afim de que seja instaurado Processo Administrativo Disciplinar" explicou Flávio Dino à coluna. "O fundamento é que a decisão do TCU constitui um indício de que a ação policial não possuía justa causa e que, portanto, houve ilegalidades a serem apuradas na esfera disciplinar''.
A responsável pela operação foi a delegada federal Erika Marena, que, além de prender Cancellier, levou à cadeia seis funcionários da universidade e 23 outros indiciados por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato.
O reitor da UFSC contou a familiares e amigos que depois de preso passou por duas vezes por revista íntima humilhante e foi mantido nu durante mais de duas horas diante de outros presos. Além disso, foi submetido a interrogatório que durou seis horas, feito por um delegado recém-chegado que ficou lendo perguntas e o pressionou a confessar. Segundo relatou, foi algemado e teve os pés acorrentados.
Depois de ser libertado, Cancellier se mostrou bastante abatido. No dia 2 de outubro de 2017 ele se matou ao pular do sétimo andar de um shopping Florianópolis.
"Há muitos fatos que justificam uma investigação séria", confirma Flávio Dino.
Apesar de ser muito respeitado no meio acadêmico, o reitor e sua equipe foram acusados de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato. A delegada Érika Marena disse na época que tinha convicção da necessidade dos pedidos de prisão.
Na quinta-feira (6), o TCU tornou pública decisão que descarta irregularidade nos programas de educação a distância e da Universidade Aberta que foram alvos da PF.
Por Chico Alves
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