Conhecida como a “arvore sagrada do sertão”, o umbuzeiro é o retrato da resistência pela vida em meio ao semiárido nordestino, que mesmo castigada durante a maioria dos meses pela seca, ela se mantém com suas folhas verdes resistindo.
Do umbuzeiro pode se colher a fruta, o umbu e da batata fazer o doce, um dos melhores que já comi. O fruto, quando verde, é muito ácido, e já maduro é levemente adocicado. Usado pelos pinguços como tira gosto após “uma lapada” de cachaça ao lado de um balcão de uma bodega nas esquinas das cidades do interior nordestino.
Já na infância eu via meu pai
comprar vários litros de umbu para que a minha mãe os transformasse em umbuzada.
Primeiro ela os lavava muito bem para retirar qualquer impureza que tivesse em
suas cascas, depois os colocava em uma panela, daquelas bem grande, e enchia de
água até os cobrir. Era assim que eles iam ao fogo para a fervura. Quando já
estavam cozinhados, minha mão desligava o fogo e deixava esfriar.
Após os umbus já frios,
retirada a água, ela os esmagava com as mãos e separava os caroços, deixando só
a polpa da fruta, e assim era feito até que nada ficasse.
Da sala de nossa casa, quando
se ouvia o barulho do liquidificar, se sabia que a umbuzada estava, enfim,
sendo feita. Mamãe ia colocando aos poucos a poupa, acrescentava o açúcar e o leite.
Para alguns ela colocava mais leite, deixando a umbuzada mais liquida. Eu
sempre gostei dela mais grossa. Acho o sabor muito mais forte e mais gostoso.
Tem quem goste de umbuzada com
farinha. Eu já comi algumas vezes, mas sempre preferi tomar ela sozinha e bem
gelada, sem nenhum acompanhamento. Assim eu sinto o sabor delicioso da fruta
que como o povo Nordestino, é resistente a todas as dificuldades.
Até terminando o mês de abril
e com ele se vai a safra anual do umbuzeiro que começou em dezembro no semiárido.
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