TSE cassa mandato de deputado que publicou vídeo denunciando suposta fraude nas urnas eletrônicas

Eleito como o deputado estadual mais votado da história no Paraná, deputado bolsonarista Delegado Francischini (PSL) perdeu o mandato e fica inelegível nos próximos oito anos


A cassação foi motivada por um vídeo, publicado por Fernando Francischini no dia da votação das eleições de 2018, com as urnas ainda abertas, em que "denunciava em primeira mão" uma suposta fraude nas urnas eletrônicas para impedir a eleição de Jair Bolsonaro. O então deputado federal afirmava ainda no vídeo que estava livre para fazer a "denúncia" porque tinha imunidade parlamentar e portanto não poderia ser punido.

Por seis votos a um, a Corte do Tribunal Superior Eleitoral decidiu hoje (28) pela cassação do deputado e pela sua inelegibilidade até 2026. Relator do caso no Tribunal, o ministro Luís Felipe Salomão afirmou que as denúncias feitas por Francischini na gravação divulgada nas redes sociais são “absolutamente falsas e manipuladoras” e levaram “milhões de eleitores a erro”. O relator destacou que o vídeo foi transmitido ao vivo e chegou a ter audiência de 70 mil pessoas. Antes de ser deletada, a gravação totalizou 6 milhões de visualizações, 105 mil comentários e mais de 400 mil compartilhamentos.

Em novo vídeo, publicado hoje após a decisão do TSE, Delegado Francischini afirmou que irá ao recorrer ao Supremo pela reversão da punição sentenciada pelo Tribunal Eleitoral: 

“Lamento demais essa decisão que afeta mandatos conquistados legitimamente. Vamos recorrer e reverter essa decisão no STF”.

Delegado da Polícia Federal, Fernando Francischini foi eleito no Paraná pelo PSL com mais de 427 mil votos; ele e é pai do deputado federal Felipe Francischini, do mesmo partido político, que já presidiu a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal.

Carla Kunze

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