Força da agricultura familiar da Chapada Diamantina é apresentada na Caravana Parceria Mais Forte em Seabra


Mandiocultura, bovinocultura de leite, cafeicultura e fruticultura estão entre os sistemas produtivos estratégicos da agricultura familiar, que se destacam no território de identidade Chapada Diamantina. Essas atividades geram renda para agricultores(as) familiares, assentados(as) de reforma agrária e povos e comunidades tradicionais, além de promoverem o crescimento econômico dos municípios do território. Uma parte dessa riqueza e diversidade foi apresentada durante a Caravana Parceria Mais Forte Juntos para Alimentar a Bahia, realizada no município de Seabra, nesta quarta-feira (25).  

 

A iniciativa é da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) e tem o objetivo de apresentar à sociedade baiana as ações que vêm sendo executadas pelo Governo do Estado para a agricultura familiar, com recursos da ordem de R$ 2,9 bilhões, sendo aplicados no período de 2015 até o fim de 2022. A Caravana visa ainda consolidar e ampliar as ações que já vêm sendo executadas para fortalecer ainda mais a agricultura familiar e a economia dos municípios baianos e promover maior articulação entre os mais diversos agentes sociais, que executam políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural. 

Entre as organizações apoiadas pelo Governo do Estado na Chapada Diamantina, via projeto Bahia Produtiva, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR), está o Movimento Associativo Indígena Payaya (MAIP), que está recebendo recursos da ordem de R$ 450 mil, aplicados no fortalecimento da criação de caprinos, plantio de mudas de palma forrageira, e produção de cana-de-açúcar, milho e mandioca, para o consumo das famílias indígenas e do rebanho e também para a comercialização na comunidade e na feira do município.  

 

O povo Payaya de Utinga recebeu também investimentos para a implantação de um viveiro de mudas nativas, visando à recomposição de áreas degradadas e matas ciliares, além de plantio de mudas medicinais. Na ação, foram coletadas mais de 45 espécies de mudas nativas da região, a exemplo do mogno brasileiro, árvore considerada em extinção, ipê roxo, amarelo e branco e barriguda, dentre outras espécies. Foi realizado ainda o mapeamento de 75 espécies medicinais, plantadas 120 mil mudas e distribuídas mais de 40 mil mudas. Com a implantação da ação, uma área de mata em Utinga, degradada por um lixão que existia no local, foi restaurada. As iniciativas atendem diretamente 44 famílias, mas centenas de famílias são beneficiadas indiretamente com as ações.  

 

"Os projetos do Bahia Produtiva trouxeram um impacto muito importante para a nossa comunidade, porque as famílias se desenvolveram. Também foi muito importante na troca de saberes com outras comunidades e etnias, que nos visitaram e nós visitamos também. Essa riqueza de conhecimento nos fez crescer como pessoas. Um dos trabalhos que consideramos mais importantes foi o reflorestamento e recaatingamento de áreas degradadas e também a sensibilização das pessoas para a preservação da natureza. Trouxe também autoestima para as mulheres que tanto se empenham na comunidade, com um papel muito importante de coordenar viveiros, na assistência à saúde e como agente comunitária rural ", ressaltou a secretária geral do MAIP, Edilene Payaya. 

 

O povo Payaya recentemente assinou convênio para a implantação/fortalecimento do turismo de base comunitária no Território Payaya, com investimento da ordem de R$ 400 mil, que inclui Banco de Sementes e Cozinha Transformação, para o beneficiamento de frutas nativas. 

 

"O diretor-presidente da CAR/SDR, Wilson Dias destacou que a Caravana acontece no momento de fechamento de um ciclo de sete anos e meio da criação da Secretaria de Desenvolvimento Rural, que vem promovendo uma revolução na estruturação da agricultura familiar, por meio de programas, projetos e ações. Ele observou que só por meio do projeto Bahia Produtiva são 60 projetos contemplados e aprovados na Chapada Diamantina, e que esse é o momento de ver os resultados. "Temos pela frente ações que precisam de continuidade. Precisamos fazer muito ainda nesses próximos seis meses e precisamos da parceria das Prefeituras e das organizações sociais para continuar realizando essas ações".  

 

Participaram ainda da ação em Seabra a gestora da Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA), Camilla Batista, o superintendente de Agricultura Familiar (Suaf), Vinícios Videira, o coordenador de Pesquisa e Inovação, da Coordenação de Pesquisa, Inovação e Extensão Tecnológica (Cepex/SDR), Leonardo Farias e o diretor de Inovação e Sustentabilidade, da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), Luís de Lima, além de dirigentes de organizações produtivas apoiadas pela SDR, representantes de movimentos sociais, populações tradicionais do campo, de instituições públicas parceiras, de entidades parceiras executoras do serviço de assistência técnica e extensão rural (Ater), secretários(as) municipais de Agricultura e equipes técnicas, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Colegiados Territoriais e Conselhos Municipais. 

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